Márcia Brandão - Psicopedagoga

Por Márcia Brandão
www.instagram.com/marciabrandao.psicopedagoga/

28 de fevereiro de 2017

O autista na ponta do pé e outras desordens motoras

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Você já se apaixonou? Eu espero que sim, pois é realmente um estágio maravilhoso. Desejo de coração que você não passe pela experiência “vida” sem ter se apaixonado pelo menos algumas vezes. Quando nos apaixonamos, as sensações nos saltam tão a flor da pele (tato, olfato, visão, audição, paladar) que é como se tudo o que sentimos pertencesse à carne. Só que nada é puramente carnal. Os sentidos estão o tempo inteiro se comunicando com o cérebro, que transforma a sensação em recepção e entendimento. Não enlouquecemos com todo aquele bombardeio sensorial que a paixão nos provoca porque o que sentimos ecoa para nossa organização cerebral, revertendo até as sensações mais estranhas em estímulos prazerosos.

O que isso tem a ver com desordens motoras em crianças com autismo? Tudo.

Existem crianças autistas que desenvolvem um tipo diferente de marcha, andam nas pontas dos pés. Os especialistas se referem a esse tipo postural como marcha equina, marcha do espectro, entre outras denominações. Talvez você já tenha reparado essa excentricidade até mesmo no seu filho. Meu pequeno Bento – hoje não tão pequeno, no alto dos seus 4 anos – não anda na ponta dos pés, embora eu já tenha observado que posiciona o pé dessa maneira como impulso para correr, dançar ou pular. Esse movimento é geralmente breve e quase imperceptível – não para os meus olhos de águia; quer dizer, olhos de mãe.

Desde que comecei a conhecer crianças autistas uma das coisas que mais me chama atenção é como elas têm comportamento motor parecido. Bento sempre adorou correr e eu sempre achei seu modo de correr diferente, estranho. Então, convivendo com outros autistas foi impossível não reparar como eles também corriam de maneira diferente, meio desengonçada, como meu filho. Embora, corressem livremente e sem empecilhos, felizes como toda a garotada. A maneira como mantêm a posição das mãos, como pulam, sobem e descem escadas, até o modo como ficam parados é muito parecida entre as crianças com autismo – mesmo quando os estágios de comprometimento são variados. De qualquer forma, todas essas constatações são empíricas, sou apenas uma mãe observadora e a literatura disponível a respeito de desordens motoras em autismo é pequena fora dos muros das universidades e dos congressos direcionados.

Se você já sentou para conversar com a terapeuta ocupacional do seu filho autista é possível que ela já tenha lhe dito algo sobre “integração sensorial” - que, grosso modo, é a interpretação que o cérebro dá aos estímulos externos. Em autismo não é incomum que alguém diga que o filho parece não sentir dor, mas também é comum o relato de crianças muito sensíveis. Pode ser que estejamos falando de dois extremos: hipossensibilidade e hipersensibilidade. Uma criança hipersensível, por exemplo, pode elevar os pés do chão porque o contato com os diferentes tipos de piso lhe trazem uma espécie de informação indecifrável – por isso, essa mesma criança pode evitar andar descalço, pisar em areia, grama, no molhado etc. Uma criança hipossensível, por outro lado, que parece muitas vezes não notar quando é tocada, pode gostar e andar descalço, de apertar o outro e senti-lo, mas também descarregar o peso do corpo na ponta dos pés enquanto explora o ambiente em busca de obter essa carga de sensações que parece lhe faltar.

O artigo “Análise do padrão de marcha do espectro autista”, de 2014, diz que embora haja controvérsias, o desenvolvimento motor tem sido frequentemente implicado como um biomarcador precoce de autismo. Existem estudos que apontam que a análise do sentar, do engatinhar, o ficar em pé e o andar nos primeiros meses de vida já pode indicar padrões assimétricos de movimento. E que, sendo as desordens do movimento mais cedo identificáveis do que as desordens sociais e anormalidades linguísticas, que caracterizam o autismo, a intervenção pode ser feita mais precocemente, provocando uma nova organização.

O padrão de marcha alterado na criança com autismo pode comprometer suas atividades de vida diária e “levar a dor, fadiga e stress das articulações, afetando assim suas capacidades cinéticas funcionais”. Há relatos de crianças com diagnóstico tardio de autismo que apresentam problemas “no padrão motor da marcha, onde utilizavam a ponta dos pés para tal, mostraram também postura assimétrica do braço durante a caminhada e anomalias no movimento geral. Os autores sugerem que o movimento anormal do braço pode estar relacionado com o controle do equilíbrio”. Essas anormalidades foram atribuídas a um sistema neural imaturo.

É frequente em crianças com autismo a percepção de “uma marcha caracterizada mais dura com alterações posturais de tronco e dificuldades muito significativas para manter uma linha reta”. Essa percepção envolve tanto habilidades motoras básicas como controle motor em que envolve o processo de integração de informações e processamento. Na maioria dos casos não se trata de um problema ortopédico, como muitos pais cogitam, mas com o passar dos anos pode evoluir para um, afetando ainda quadril, tornozelos e joelhos.

Por isso é tão importante que a criança com autismo seja exposta a estimulação sensorial, via terapia ocupacional, e psicomotora, via educação física, fisioterapia. Converse com seu médico, relate as limitações sensoriais da criança (ao som, ao toque, as cheiro…) e decidam juntos o próximo passo.

É difícil, eu diria impossível, trabalhar fala/linguagem, interação social, comportamento, concentração, aprendizagem etc. se os estímulos do ambiente parecem lutar contra os sentidos das nossas crianças o tempo inteiro e são recebidos de maneira equivocada pela organização “desordenada” que seu cérebro assimila. Na afobação do dia a dia e de ter que decidir entre tantas abordagens terapêuticas, não é raro ir deixando de lado o que é fundamental. Nem sempre temos a melhor orientação e pode demorar muito para percebermos sozinhos que em autismo (como na vida) é assim mesmo: o fundamental às vezes vem disfarçado de detalhe.

FONTE:
http://benditoespectro.blogspot.com.br/2017/01/o-autista-na-ponta-dos-pes-e-desordens.html

27 de fevereiro de 2017

7 atitudes presentes nas pessoas com Transtorno de Oposição Desafiante


Transtorno de Oposição Desafiante: quando a desobediência torna-se patológica


A desobediência pode ser uma característica comum entre crianças e pré-adolescentes, mas quando a atitude de teimosia é excessiva é preciso estar atento a um possível Transtorno de Oposição Desafiante (TOD). Assim como outras patologias, é importante que os pais busquem diagnosticar este transtorno o quanto antes para evitar que ele traga complicações e prejudique a vida social e o desenvolvimento intelectual da criança. No post de hoje, confira o que é o TOD, quais sãos os seus sintomas e como diferenciá-lo de outros transtornos infantis:
O que é o Transtorno de Oposição Desafiante?
O Transtorno de Oposição Desafiante é caracterizado por uma atitude reiterada de teimosia, postura desafiadora e comportamento hostil. Este é um quadro que pode afetar crianças e pré-adolescentes, geralmente em idade escolar. Ainda não existem causas genéticas comprovadas que possam levar ao desenvolvimento do TOD, mas sabe-se que o ambiente em que a criança convive pode estimular o comportamento difícil.
O não tratamento deste transtorno pode trazer consequências como:
ü Prejuízos na vida social da criança, pois a forte teimosia e os acessos de raiva afastam as outras crianças;
ü Baixo desempenho escolar, porque a criança tem tendência a querer solucionar os problemas sozinha e tem dificuldade para pedir ajuda ao professores,
ü Desenvolvimento de Transtorno de Conduta na adolescência.
ü Observar o comportamento da criança e procurar tratamento adequado para o problema são atitudes importantes para evitar a evolução do transtorno e para garantir que a criança tenha uma infância saudável.
Como identificar o transtorno?
Apresentar um comportamento desobediente, de vez em quando, não é incomum entre crianças e adolescentes. Ser teimoso, aleatoriamente, ou demonstrar raiva por determinada situação também não. O problema é quando estas são atitudes constantes. 

Confira algumas atitudes que ajudam a identificar o TOD:
ü Ataques de raiva;
ü Discussões frequentes com pais, coleguinhas e professores;
ü Comportamento vingativo;
ü Atitude hostil;
ü Agressividade;
ü Recusa para obedecer a regras;
ü Negativismo.
Ao contrário da bipolaridade, não acontecem alterações acentuadas de humor. A agressividade é uma característica predominante no comportamento da criança com TOD. Para alguns autores, o Transtorno de Oposição Desafiante é uma fase antecedente ao Transtorno de Conduta, ou seja, é uma etapa mais leve, apresentada em uma fase mais nova da vida. O Transtorno de Conduta é caracterizado por um comportamento violento, pela ausência de preocupação com o bem estar alheio e pela agressividade excessiva.
Tratamentos
Para evitar que o problema se agrave e ajudar a criança a manter um comportamento que garanta uma infância saudável, é necessário, depois de diagnosticado, buscar o tratamento adequado para o Transtorno de Oposição Desafiante. Para isso, são usadas técnicas de modificação de comportamento que buscam reforçar atitudes positivas e afastar padrões negativos. Este tratamento deve ser feito com apoio de psicólogos e psiquiatras. Além disso, a parceria entre médicos, pais e professores é fundamental para garantir a melhora no comportamento da criança. Quando isso acontece, há uma evidente evolução na maneira como o paciente se relaciona com colegas de escola e figuras de autoridade, fato que reflete positivamente na vida da criança.
Fonte: Valor do Conhecimento, postado em 16 de fevereiro de 2016.

25 de fevereiro de 2017

6 dicas úteis que pais de criança com TDAH devem saber para auxiliar o filho com o dever de casa




1 – Por que a criança com TDAH tem tanta dificuldade em realizar o dever de casa?

Para a maioria das crianças com TDAH, o dever de casa é motivo de desespero. Para as crianças que não tem o transtorno também não é fácil, mas elas não ficam horas lutando para terminar as tarefas passadas pelos professores. Todo o processo desde que o dever de casa é ditado ou entregue pelo professor até a hora em que ele é compreendido pelo aluno, é complexo e envolve comportamentos que são desafiantes para as crianças com TDAH.

Para começar, a criança deve ouvir, entender e anotar corretamente o dever de casa em seu caderno. Com a ajuda do professor, a criança deve saber quais itens (caderno, livro, apostila, etc.) ela deve levar pra casa e quais devem ficar na escola, caso haja essa possibilidade.

Quando chegar em casa, a própria criança deve dizer aos pais se o professor enviou tarefa para fazer em casa. Caso isso não aconteça, os pais devem checar a agenda e/ou o caderno da criança para ver se há alguma comunicação por parte da escola. Por ser uma tarefa tediosa e difícil para a criança com TDAH, muitas delas escondem o fato de que possuem dever de casa. Nesses casos, a verificação por parte dos pais torna-se mais importante ainda.

O próximo passo é a preparação para realizar a tarefa de casa. Aconselhamos sempre um local arejado, com boa iluminação e livre de barulhos e estímulos externos (como trânsito, outras crianças brincando, música, internet, etc.).

Logo após a preparação, vem a realização do dever de casa. A criança necessita prestar atenção, focar e resistir a distrações, além de um esforço extra para o que considera ser ‘’chato’’ e ‘’tedioso’’. É importante que ela faça o dever de casa com calma para que saia legível. A ajuda dos pais é essencial para que a criança aprenda com a tarefa que está realizando.

Todo o material escolar deve ser arrumado logo após a realização da tarefa. Guardar livros, apostilas, cadernos, folhas, etc., com antecedência é de extrema importância para que a criança não se esqueça de levar para a escola o dever completo.


2 – Atividades externas ajudam no dever de casa?

A televisão tem sido identificada como um dos muitos elementos distratores que causam problemas escolares nas crianças. Enquanto as crianças se aborrecem quando interrompem seus programas favoritos para fazer o dever de casa e/ou outras tarefas menos interessantes, ainda não existem estudos que comprovem o baixo rendimento escolar devido uso excessivo da televisão. Alguns estudos mostram baixo rendimento escolar de crianças que assistem TV até tarde, enquanto outros não mostram relação alguma.

Já as atividades extracurriculares chamam a atenção dos pais devido ao tempo que tomam enquanto as crianças poderiam fazer o dever de casa. Como a maioria das crianças com TDAH tem dever de casa e atividades extracurriculares, pode ser difícil dividir esse tempo em cada atividade. Estudos mostram que crianças que participam de atividades extracurriculares tem melhor desempenho escolar, especialmente se forem atividades que o aluno também pratique na escola. Porém, essa relação se torna ineficaz quando as atividades tomam todo o tempo da criança.


3 – Como posso tornar o dever de casa mais interessante?
Como sabemos, as pessoas com TDAH se entediam facilmente e dificilmente se motivam. Portanto, seja criativo quando for estudar ou fizer o dever de casa. Tente novos métodos de estudo e continue se reinventando.

Alguns relatos de pais de crianças com TDAH incluem a mudança do local de estudo. Por exemplo, em um dia ensolarado, estudar em um parque com pouco movimento, na varanda de casa, em um cômodo diferente, ou mostrar ‘’ao vivo’’ objetos para uma criança que está aprendendo novas palavras. Interpretar cenas históricas, pintar palavras em cartolinas e simular entrevistas também são bons exemplos.

4 – Como ajudar meu filho a se organizar?
Como a maioria das crianças com TDAH, suas mochilas e seus quartos estão frequentemente desorganizados. Dedique boa parte do seu tempo a ajudar seu filho na sua organização pessoal. Provavelmente você terá que ajudá-lo mais vezes do que acha necessário.

Na hora do dever de casa, ajude-o a organizar o material de forma que ele não se perca, assim como quando for arrumar a mochila após a tarefa. O uso de capas plásticas e identificação de matérias por cor são altamente recomendados.

As capas plásticas ajudam na organização do material, além de prevenir que nada se perca nem seja esquecido na hora de levar o dever feito para a escola.

Já as matérias escolares e seus materiais podem ser identificados por cores diferentes. Por exemplo: Se você escolher, junto com a criança, que a cor para matemática será amarelo, então compre (ou encape) um caderno amarelo, use lápis de cor amarelo, encape o livro com plástico/contact amarelo, etc. Assim ficará melhor para a criança se organizar, uma vez que as pessoas com TDAH se orientam melhor pelo estímulo visual.

5 – Devo dar pausas durante o dever de casa do meu filho?

Como todo caso de TDAH, essa resposta depende de como a criança responde a essa pausa. Caso ela volte da folga normalmente e sem procrastinar, é válida a permissão do intervalo. Porém, se esses pequenos minutos de lazer causam mais problemas que alívio, eles devem ser evitados. Para a maioria das crianças com TDAH, uma simples interrupção pode significar uma enorme dificuldade na hora de voltar a fazer o dever de casa.

Ao invés de interromper o dever de casa, você pode fazer um pequeno ‘’descanso mental’’, dando pontos, ou pequenas recompensas como figurinhas adesivas ou doces. Conforme a criança vê o seu bolo de figurinhas aumentar e os seus deveres de casa feitos, o seu interesse pelas tarefas escolares também aumentará.

6 – Devo castigar meu filho quando ele não fizer o dever de casa?


Fazer o dever de casa já é difícil para a maioria das crianças que tem TDAH, que talvez elas escolhessem serem castigadas. Pais e psicólogos dizem que os castigos, alem de não se mostrarem eficazes, ainda pioram a situação.

Situações como deixar a criança sem jantar, não deixar que ela durma até que o dever seja feito ou bater, simplesmente não funcionam. Professores devem evitar colocar alunos com TDAH de castigo, sem recreio ou hora de almoço ou mandar para casa o dever de casa incompleto como uma tarefa extra.

Essas intervenções podem se mostrar úteis com alunos que não tenham TDAH, mas, com aqueles alunos que tem TDAH, esses métodos simplesmente não funcionam. A criança pode ficar traumatizada, e tarefas simples como terminar um dever de casa, podem se tornar um fardo pesado. Todas as pessoas necessitam de um tempo livre, com a família e com os amigos. Privar a pessoa com TDAH desse tempo livre é emocionalmente debilitante e apenas aumenta os problemas que ela pode ter.


FONTE: ABDA - http://tdah.org.br/br/artigos/textos/item/405-tdah-e-o-dever-de-casa.html


Leia também neste blog o artigo "Motivação é coisa séria".

25 passos que os pais devem aplicar na rotina da criança com TDAH



O que implementar na rotina da criança com TDAH?

Pais de crianças com TDAH queixam-se, muitas vezes, do quanto é exaustiva a rotina estressante que seus filhos lhes impõem e que todas as estratégias já tentadas com o objetivo de atendê-los em suas necessidades e agitação não surtiram efeito. Pois bem, o equívoco que a maioria dos pais comete está no fato de não saber lidar bem com as questões comportamentais presentes e que, por vezes, acaba por reforçar o comportamento apresentado.

As crianças com TDAH, em sua maioria, até sabem o que deveriam fazer, mas devido à inabilidade de se controlarem, não agem como sabem que deveriam, agem antes de pensar!

De fato, não é tarefa simples conviver com a criança que parece estar “a mil por hora”, mas algumas estratégias servem de auxílio na hora de lidar com a criança no dia-a-dia e nos momentos de estudo, como:

1- Estabelecer regras e limites dentro de casa, tendo atenção para obedecer-lhes também;

2- Quando estabelecer as regras, faça-as de modo simples e específico, relembrando-os frequentemente;

3- A rotina diária deve ser clara e consistente: hora de almoço, de jantar e dever de casa, por exemplo;

4- Dê instruções diretas e claras, uma de cada vez, em um nível que a criança possa corresponder. Seja claro e direto, de preferência falando de frente e olhando nos olhos;

5- Estabeleça cronogramas, incluindo os períodos para ‘’descanso’’, brincadeiras ou simplesmente horários livres para se fazer o que quiser;

6- Use mural para afixar lembretes, listas de coisas a fazer, calendário de provas. Também coloque algumas regras que foram combinadas e promessas de prêmio quando for o caso.

7- Advertir construtivamente o comportamento inadequado, esclarecendo com a criança o que seria mais apropriado e esperado dela naquele momento;

8- Nas horas de impor disciplina, não fale muito nem seja “mole” – responda com clareza e ação apropriada;

9- Pais! Aprendam a controlar a própria impaciência;

10- Usar um sistema de reforço imediato para todo o bom comportamento da criança;

11- Recompensas objetivas e que façam sentido, geralmente funcionarão melhor para o seu filho, mas, cuidado, elas não podem ser em excesso;

12- Manter o ambiente doméstico o mais harmônico e o mais organizado possível;

13- O quarto não pode ser um local repleto de estímulos diferentes: um monte de brinquedos, pôsteres, etc;

14- Estimular a independência e a autonomia da criança;

15- Ensinar a criança os meios de lidar com situações de conflito (pensar, raciocinar, chamar um adulto para intervir, esperar a sua vez);

16- Estimular a criança a não interromper as suas atividades: tentar finalizar tudo aquilo que começa;

17- Reservar um espaço arejado e bem iluminado para a realização da lição de casa;

18- Nenhuma atividade que requeira concentração (estudo, deveres de casa) pode ser muito prolongada. Intercale coisas agradáveis com tarefas que demandam atenção prolongada;

19- Todas as tarefas têm que ser subdivididas em tarefas menores que possam ser realizadas mais facilmente e em menor tempo;

20- Incentivar as brincadeiras com jogos e regras, pois além de ajudar a desenvolver a atenção, permitem que a criança organize-se por meio de regras e limites e, aprenda a participar, ganhando, perdendo ou mesmo empatando;

21- Incentivar a criança a exercer uma atividade física regular;

22- Evite ficar o tempo todo dentro de casa, principalmente nos fins de semana. Programe atividades diferentes, não fique sempre fazendo a mesma coisa. Leve todos à praia, ao teatro, ao cinema, para andar no parque, enfim, seja criativo;

23- Tenha sempre em mente que você está lidando com uma condição médica que seu filho tem e não uma falha de personalidade;

24- Não espere “perfeição”;

25- Lembre-se que culpar o seu filho, ou você mesma ou seu marido não vai ajudar em nada. Todos vocês estão juntos, “no mesmo barco”, e fazendo o melhor que podem.

Por fim, não basta apenas termos um diagnóstico adequado e nem que a escola se proponha a adequar estratégias metodológicas para que a criança consiga aprender e se instrumentalizar academicamente, sem que haja efetivamente a participação e disposição dos pais em modificar comportamentos e hábitos, ou seja, sair da queixa, entendendo que todos devem mudar juntos, assim como, um acompanhamento profissional adequado para lidar com as dificuldades diagnosticadas.

Portanto, é preciso que os pais sejam otimistas, pacientes e persistentes com o filho e não desanimem diante dos possíveis obstáculos.

Por Márcia Brandão

24 de fevereiro de 2017

Seu filho deve aprender que não é o centro do mundo


Resultado de imagem para não mimar as crianças


O pediatra Daniel Becker é o criador da Pediatria Integral: um conceito de que a criança precisa ser vista de forma mais abrangente. Não é apenas tratar e prevenir doenças, mas cuidar do bem estar emocional, social e até espiritual da criança e da família. São 20 anos de experiência de consultório no Rio de Janeiro. Formado pela UFRJ, ele é especialista em Homeopatia e mestre em Saúde Pública. Médico do Instituto de Pediatria da UFRJ, ele foi pediatra da Médicos sem Fronteira em campos de refugiados na Ásia e fundador de uma ONG, o CEDAPS, Centro de Promoção da Saúde, com atuação em comunidades carentes. 

 

Becker é um apaixonado pela profissão e conta que ao olhar sua trajetória se diz satisfeito pelas escolhas que fez. Ele é separado, pai de dois filhos, um menino de 17 anos, roqueiro, e uma menina de 20 anos, psicóloga. “Eles são muito bacanas. Tenho muito orgulho deles”, diz o médico. Com tantos compromissos, entre palestras e consultas, ele abriu gentilmente um espaço na agenda para responder às minhas perguntas.

1. Na sua palestra no Ted, você diz que um dos pecados contra a infância é a "entronização". O que isso significa? Estamos colocando nossas crianças em um trono?
A gente vive em tempos de hipervalorização da infância tanto pela mídia quanto pretensamente pela família e pela sociedade. Mas na verdade a infância é desvalorizada naquilo que ela tem de real, na sua essência. Um dos fatores que explica esse paradoxo é a falta de intimidade e de convivência entre pais e filhos por causa das questões da vida moderna. E quando estão juntos, os pais não conhecem essas crianças, não sabem lidar com elas. Estão estressados com os seus trabalhos, estão viciados nos seus telefones e não querem também se submeter à desaprovação social de uma criança que chora ou se comporta mal. Acaba que essa criança não tem direito de se manifestar de forma negativa, que faz parte do comportamento infantil. Ela não pode fazer uma birra, dizer “não”, chorar, explorar seus limites de atuação no mundo. Como os pais não sabem lidar com essas situações, a criança acaba tendo todos os seus desejos realizados, não lhe colocam limites, não lhe dizem que ela tem que lidar com a frustração. A gente quer calar a qualquer custo o mal estar. Então para parar com o chilique, a gente acaba cedendo. Ao invés de aprender as regras de convivência, a criança passa a ser uma rainha que dita as normas, os programas, os horários. 
2. E o pecado que você chama de “superproteção da infância”?
A superproteção é impedir que as crianças tenham suas próprias experiências. A gente está presente o tempo todo, aquilo que os americanos chamam de “helicopter parent”, pais que ficam flutuando em torno das crianças fazendo com que elas não tenham a experiência do mundo, justamente porque os pais se interpõem entre o mundo e a criança. Elas ficam impedidas de lidar com o risco, com a aventura, com as relações interpessoais, com os problemas da escola, com a dor, com os machucados. Se a criança tem um problema com uma outra criança, os pais se interpõem para resolver a questão, no playground não deixam ela se arriscar a subir mais alto no trepa-trepa. É claro que ninguém quer que o filho quebre um dedo ou receba um ponto, mas são experiências da infância. A criança tem que ter a experiência do risco, do machucadinho e da frustração. Outra coisa muito grave é que para evitar os perigos do mundo, as famílias ficam muito em casa, se expõem pouco à natureza, as praças e as praias. Os riscos desses lugares existem e temos que lidar com eles, pois fazem parte da vida.
3. Qual o prejuízo real para crianças que não sabem ouvir a palavra “não”? O que vai ser (ou já está sendo) dessa geração sem limites? 
Eu já vi criança dormindo às duas da manhã, já vi criança de dois anos que comanda o que tem na geladeira e no armário da despensa. Outras que determinam o programa da família nos fins de semana, se elas não querem sair, ninguém sai. Pais que deixam a criança de 3 anos ficar horas na televisão porque não sabem desligar o aparelho e deixar ela ficar frustrada. Criança que come o biscoito ao invés da comida, que ganha o presente depois de ter se jogado no chão do shopping. Isso tudo causa um prejuízo enorme, tanto na qualidade de vida dessa família, quanto na psiquê, na emocionalidade dessa criança. Ela precisa saber que a sua vida tem limites, que a sua influencia tem limites, que o mundo não gira em função do seu umbigo. Muitos meninos e meninas dessa geração vão levar isso para a vida adulta e não só terão dificuldades de convívio como vão quebrar a cara nos seus ambientes de trabalho e em relacionamentos interpessoais. Porque nem sempre a vida vai acolher esse tipo de onipotência que é resultado de uma educação cheia de falhas nesse sentido. 
4. A culpa que os pais carregam é a grande vilã nessa história?
Eu tenho muito medo da gente restringir a questão à responsabilidade da família. A família é responsável sim, tem que saber lidar com a frustração, o choro, as emoções negativas da criança, tem que saber mostrar a ela que esses momentos passam, que estas situações vão deixar ensinamentos importantes. Os pais sentem culpa porque não estão presentes na vida dela e quando estão juntos querem dar coisas demais. A gente briga com essa história de dar presente, ao invés de dar presença. Muitas vezes o tal “deficit de atenção” é deficit de atenção de pai e mãe que a criança sofre. Mas a gente tem que justamente tomar muito cuidado para não piorar isso dizendo que os pais são os culpados porque o que leva a tudo isso é a vida moderna, é a perda de referências, é a falta de capacidade de aprender com as gerações anteriores, com a experiência dos outros, é a invasão do tempo de trabalho e do tempo de entretenimento no tempo em família, é o vício do smartphones. Tudo isso tem que ser pesado na compreensão desse fenômeno da entronização e da superproteção da infância, a gente não pode restringir a responsabilidade e nem as soluções apenas a nível familiar. 
5. A justificativa sincera de muitos pais é de que eles fazem o melhor que podem, trabalham o dia todo, batalham para dar conforto aos filhos, chegam exaustos em casa. É até mesmo controverso: as pessoas querem ter filhos mas não conseguem ter tempo de conviver com eles. Como resolver este impasse? 
As pessoas querem ter filhos e imaginam que tudo vai ser um mar de rosas. Elas têm que ter consciência de que vão ter filhos neste mundo em que vivem: nas grandes cidades, muitas vezes com a falta de presença de familiares, com trabalhos que demandam excessivamente, com transporte que fazem elas chegarem tarde em casa, isso tudo tem que ser incorporado por um casal quando eles planejam filhos. Planejar ter filho é ver o futuro. Claro que a maioria das pessoas não faz isso, a gente quer ter filho, a gente quer reproduzir a nossa própria genética, isso faz parte de um mandato biológico. Mas hoje em dia a gente tem que pensar nas condições de vida que essa criança vai nascer e como nós vamos dedicar o nosso tempo a ela. Isso faz parte da responsabilidade de um casal. É preciso planejar a carreira, o local de trabalho para que a convivência familiar seja maximizada, para que a criança cresça com a presença dos pais, dos avós, tios, primos. Escolher um lugar para morar com natureza por perto. De novo a gente não pode reduzir a solução deste impasse a nível da família, a gente tem que tentar pensar na sociedade como um todo. A sociedade brasileira é insegura, desigual e cheia de problemas e isso influencia nas condições de vida das famílias.
6. O vídeo americano “Childhood is not a mental disorder” já deu o que falar sobre o uso exagerado de remédios em crianças para controlar “doenças do comportamento”? Você concorda que é preciso ter muito cuidado com os diagnósticos?
Eu gosto muito desse vídeo e ele traz mesmo uma dimensão terrível do que a sociedade está fazendo com a infância. O mercado pressiona a família por soluções fáceis, todo mundo quer resolver os problemas imediatamente. A energia da criança está sendo reprimida. É claro que o comportamento dela vai ser muito afetado por todas as questões que eu já citei, podendo se rebelar, ter insônia, desatenção, brigar na escola, ser impulsiva. Em vez da gente repensar como oferecer a estas crianças uma infância melhor, mais saudável, mais verdadeira, o que o mercado propõe é que elas sejam medicalizadas. A indústria de diagnósticos e de remédios é monstruosa e crescente. No Brasil, a Ritalina é o principal remédio usado para criança. Em 10 anos a venda de Ritalina subiu de 75 mil caixas para 2 milhões de caixas. O Ministério da Saúde agora está estabelecendo uma regulação para a venda do remédio. A gente não pode negar que essas doenças existem, o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) é uma doença grave, mas ela atinge um pequeno número de crianças. A grande maioria desses diagnósticos está sendo feita de forma arbitrária, sem critério suficiente, eu diria até perversa. É preciso mudar o comportamento da família ou ir para psicoterapia, terapia ocupacional, fisioterapia, fonoaudiologia, que são benéficas para este tipo de problemas e poderiam ser tentadas antes e de forma mais eficaz. Porque o remédio vai ter efeitos colaterais, vai rotular esta criança, como o video expõe muito bem, vai colocar na cabecinha dela que ela é apenas um transtorno e não uma criança que tem potencialidades múltiplas e possibilidades infinitas para o seu futuro. Tem a historia de uma mãe que levou a filha ao pediatra porque achava que ela tinha problemas e o pediatra deixou a criança com uma música e saiu da sala por alguns minutos com a mãe. Eles ficaram observando a criança do lado de fora, enquanto ela dançava o tempo todo. E o pediatra disse: “Sua filha não tem um problema, sua filha é uma bailarina, leve-a para uma aula de ballet e vão ser felizes”. Gillian Barbara Pyrke, a menina da historia, se tornou uma famosa coreógrafa da Broadway. Quantos gênios, artistas, cientistas nós não estamos perdendo medicando e rotulando essas crianças? 
7. Quais as suas dicas para criarmos “crianças como crianças”?
Acolher as crianças nas suas emoções. Especialmente as crianças pequenas têm uma racionalidade limitada e uma emocionalidade muito grande. Se ela está com raiva, você pode dizer pra ela “você está com muita raiva”. E mostrar de forma teatral o que está acontecendo com ela, fazê-la entender o sentimento que ela está tendo e dar permissão para ela sentir essas emoções, tanto negativas quanto positivas. Acolher também os desejos: “você quer esse brinquedo, eu sei que você quer muito ele, eu te entendo, mas a mamãe não pode comprar ele agora”. Isso quebra um pouco esse mecanismo da birra. Ter convivência com os nossos filhos, oferecer a eles oportunidades de conversa, de refeições em família, de sair na rua juntos, brincar nos parques, subir no trepa-trepa, ralar o joelho no chão, cair do skate (com capacete!), subir numa árvore, levar um zero, aprender com a frustração. Tudo isso é importante para formar uma criança mais feliz e um adulto mais íntegro, preparado para conviver com o outro. Pra saber respeitar o outro a primeira coisa que a criança tem que entender é que ela não é o centro do mundo. Ela é um membro da família e ter relações igualitárias com os outros membros da família vai fazê-la entender que ela vive numa sociedade. Esse é o nosso papel como pais.


FONTE: Fabiana Santos. 7 perguntas para o pediatra Daniel Becker: "Seu filho deve aprender que não é o centro do mundo". Disponível em: <http://tudosobreminhamae.com/blog/2015/10/19/7-perguntas-para-daniel-becker?rq=becker>


23 de fevereiro de 2017

As bases para uma educação emocional saudável


Incentivar o desenvolvimento das crianças

No artigo “As crianças amadas se tornam adultos que sabem amar”, publicado no site “A mente é maravilhosa”, discute-se a importância da educação emocional fornecida as crianças, no qual é expresso que as relações saudáveis entre pais e filhos são fundamentais no desenvolvimento emocional da criança.
Deste modo, descreve- se que a forma como os pais lidam com os filhos será a fonte de todo o enriquecimento emocional das crianças. Dando carinho e afeto os pais estarão elevando a autoestima dos filhos, que será de grande auxílio na construção de uma personalidade emocionalmente adaptada e inteligente.  
Educá-los em relação ao respeito, a empatia, a ter paciência, a compreender os sentimentos, a ter capacidade de adaptação, amabilidade e independência, fará com que as crianças mantenham seus sentimentos de otimismo, persistência, automotivação e entusiasmo que são suas qualidades inatas.
Os adultos precisam repensar a forma de como transmitir o amor as crianças e de como auxiliá-las em suas questões emocionais, pois é através do amor e da educação emocional que certas conexões neurais mantêm-se saudáveis.  
Superproteger a criança que ainda não sabe enfrentar questões emocionais, que se apresentam a ela, fará com que a mesma desenvolva uma ansiedade ao longo do seu desenvolvimento. É preciso que a criança aprenda a dar nome às suas emoções e a enfrentar o que a perturba, sem que o adulto demonstre sua preocupação, e este, por fim, deverá propor a criança novos desafios emocionais que a permitam evoluir.
Desta forma, os pais irão perceber que dando o carinho e o afeto necessários, sem uma proteção exagerada, estarão ajudando as crianças a lidar de forma saudável com seus medos naturais, que surgem nas diferentes idades, fomentando um grau de sensibilidade saudável.
Portanto, para que haja uma educação emocional saudável, especialistas afirmam que é preciso, além de ajudar a criança a falar sobre suas emoções como uma maneira de compreender a si mesmas e as demais, que apenas a auxiliará em uma pequena parte de sua comunicação emocional, é necessário também ensiná-las a compreender o significado da postura, das expressões faciais, do tom de voz e qualquer outro tipo de linguagem corporal.  Esclarecem ainda que os elogios somente surtiram efeitos positivos na autoestima da criança, se estiverem relacionados a ganhos específicos e ao domínio de novas aptidões e, que o estresse é um inconveniente com o qual a criança precisa aprender a lidar, por isso, a superproteção é uma das piores coisas que se pode fazer a uma criança, visto que as mesmas precisam aprender a enfrentar as dificuldades naturais de modo que desenvolvam novos caminhos neurais que as permitam se adaptar ao meio no qual vivem.

“Não podemos tentar criar nossas crianças em um mundo da Disney de inocência e ingenuidade. O estresse e a inquietação fazem parte do mundo real e da experiência humana, tanto quanto o amor e o cuidado.
Se tentarmos eliminar esses obstáculos, impediremos que elas tenham a oportunidade de aprender e desenvolver capacidades realmente importantes que as ajudem a enfrentar desafios e decepções que são inevitáveis na vida.”

FONTE: Texto original: As crianças amadas se tornam adultos que sabem amar. A Mente é Maravilhosa. Disponível em: <https://amenteemaravilhosa.com.br/as-criancas-amadas-tornam-adultos-sabem-amar>

10 de fevereiro de 2017

Crianças com TDAH podem apresentar traços Autistas


Pesquisa divulgada no 26° Congresso Europeu de Neuropsicofarmacologia mostra que crianças com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade) podem apresentar traços autistas. A informação, embora não significasse uma surpresa para muitos profissionais, mostrou o caminho contrário que a comunidade científica havia comprovado em estudos anteriores: que crianças com autismo apresentavam sinais de pessoas com TDAH.

A descoberta reforça a afirmação de que os pequenos com TDAH, que demonstram ter traços de crianças com autismo, podem ter também uma socialização comprometida, em casos mais graves. Eis mais uma missão para equipes multidisciplinares na elaboração de intervenções que visem ao desenvolvimento de atividades/terapias para uma qualidade de vida muito maior desse público.

Histórico familiar: uma ligação justificável
O estudo constata que o histórico familiar responde por uma boa parcela desses casos, como aqueles que envolvem gêmeos, por exemplo. Mas outras relações entre parentes também podem exercer influência. A pesquisa mostrou, então, que essa ligação entre o TDAH e o autismo compartilha de uma mesma herança ou origem.
O trabalho revela que os transtornos estão direta ou indiretamente ligados, pois independem da presença de algum deles. “Essas descobertas aumentam a possibilidade de que algumas crianças com TDAH possam manifestar sintomas de autismo mesmo na ausência de um transtorno pleno”, segundo o estudo.
Importante frisar que a pesquisa foi feita com 469 crianças, divididas da seguinte forma: 242 com o transtorno e 227 sem tal diagnóstico, sendo que nenhuma foi diagnosticada com o transtorno de espectro autista. O levantamento apontou que a quantidade de pessoas com TDAH com sinais de autismo era muito maior do que aqueles indivíduos sem o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade.

Problemas que podem vir dessa união

Outra informação que merece destaque é o fato de o estudo ter revelado que as pessoas com as características tanto do TDAH quanto do autismo podem apresentar um maior déficit neuropsicológico, neuropatológico, social, instabilidade emocional e interpessoal.
Dentro da pesquisa realizada, constatou-se que as crianças com as características dos dois transtornos apresentaram uma maior dificuldade em lidar com situações de rejeição; além de problemas de ordem emocional muito mais severos e até mesmo disfunção social.

Importante distinguir um do outro

É sempre válido lembrar que embora ambos os transtornos apresentem uma determinada ligação, eles são distintos e não podem ser confundidos.
Além do diagnóstico preciso, que deve ser feito por uma equipe devidamente capacitada para tal, outro detalhe é que as intervenções voltadas para o tratamento do TDAH e do autismo são completamente diferentes. Apenas com o auxílio dos profissionais é que a criança pode encontrar meios de ter uma qualidade de vida muito melhor.
Embora a ciência se encarregue de investigar e descobrir novas informações acerca de transtornos como esses; é fato de que quando se sabe diferenciar os distúrbios, os médicos e os terapeutas podem trabalhar sobre cada caso apresentado de forma muito mais satisfatória.
O melhor tratamento será aplicado pelo profissional que conhece a situação de seu filho, então não deixe de se informar e procurar um especialista no assunto.

FONTE: http://entendendoautismo.com.br/artigo/criancas-com-tdah-podem-apresentar-tracos-autistas